Minha história com a BambuSC

Em 2004 Organizei um curso introdutório sobre bambu na Escola Autonomia em Florianópolis, ministrado pelo Professor Marco Antônio dos Reis Pereira, especialista em bambu da UNESP de Bauru.

O curso reuniu amigos, parceiros da permacultura e interessados em geral. Foram 2 dias de aprendizado e deslumbramento com as imagens, vídeos e muita informação sobre bambu, compartilhados pelo estimado Professor.

Ao final do curso, um dos participantes, Hans Kleine, pediu a palavra e propôs a criação de um grupo de estudos de bambu.

Naquele momento foi plantada a semente, que germinou durante quase um ano nas reuniões do grupo, e finalmente em maio de 2005 brotou a BambuSC.

Foi a primeira organização do terceiro setor no Brasil a ser oficialmente criada para disseminar a cultura do bambu em Santa Catarina e trabalhar na implantação da cadeia produtiva do bambu em nosso estado.

Tive a honra de ser escolhido como primeiro presidente!

Desde então a BambuSC organizou inúmeros cursos, vivencias, mutirões, palestras, etc.

Participou de estudos e desenvolvimento de projetos junto a UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, publicou livros e cartilhas e também firmou parcerias com a Epagri – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina para oferecer mudas, cursos de bambu e criar plantios experimentais por todo o estado de Santa Catarina.

Prof. Marco Pereira

Especialista em Bambu

Hans Kleine

Semeador do projeto

Marcos Marques

Primeiro presidente da BambuSC

Cultivo e Uso do Bambu Cresce em Santa Catarina

Há cinquenta anos o agrônomo Fumio Honda criou o primeiro núcleo organizado de produtores de bambu em SC, na colônia japonesa de Frei Rogério, no centro do Estado. Lá foi plantada uma área de aprox. quarenta hectares, com espécies de bambu adequadas ao clima frio da serra. Os agricultores produzem alho e usam o bambu como suporte na secagem do produto. O bambu também fornece um dos alimentos mais apreciados da culinária japonesa, que são os brotos, cujo valor nutritivo é semelhante ao do palmito.

Um outro pioneiro é o engenheiro civil Marcos Marques, que há duas décadas trocou a cidade de São Paulo por Florianópolis e que começou a plantar diversas espécies de bambu no município de Rancho Queimado, visando desenvolver técnicas de permacultura e de bioconstrução. Em 2004 ele organizou um memorável curso de introdução ao bambu em Florianópolis, ministrado pelo professor Marco Pereira, da Unesp de Bauru/SP, que resultou na criação de um grupo de estudos do bambu, hoje conhecido como BambuSC (Associação Catarinense do Bambu).

Na mesma época surgiu uma nova área de cultivo na Região Norte, em torno das fábricas de móveis de São Bento do Sul. Algumas delas já produziam chapas de bambu laminado, a partir de matéria-prima importada de outros estados, e passaram a estimular o plantio local, oferecendo garantia de absorver a produção futura. Já foram plantados em torno de 150 hectares, sendo 80% no alto da serra, com espécies de clima frio, e o restante na região baixa, com espécies tropicais.

Em 2015 tivemos a entrada de diversos novos projetos, que visavam ampliar e diversificar ainda mais a oferta de bambu em SC. Uma fábrica de palitos, situada no centro do Estado, plantou 40 hectares de bambu em São Cristóvão do Sul, para substituir ou complementar a madeira de pinus usada até então e depois plantou outros 40 hectares. Na Região Sul, em Santa Rosa de Lima, a cooperativa Agreco ofereceu cursos de cultivo de bambu aos seus associados, com o objetivo de formalizar um núcleo de produtores de conservas de brotos de bambu em suas fábricas de produtos orgânicos. Outra iniciativa está sendo planejada pela AMUREL (Associação dos Municípios da Região de Laguna), que pretende estimular o cultivo do bambu como nova opção de trabalho e renda, tanto para atividades rurais, quanto industriais de diversos municípios da região.

A BambuSC conseguiu estender a sua atuação à Região Oeste, incorporando um grupo de bambuzeiros dos municípios de Seara e Chapecó, formando a primeira Unidade Regional, em 2019.

No mesmo ano a BambuSC também firmou um Acordo de Cooperação Técnica com a Epagri, que tem sido renovado a cada ano. Isso permitiu o treinamento de técnicos e o plantio de mudas de bambu de diversas espécies em oito estações experimentais da Epagri. Todos os anos o acordo vem oferecendo de 10 a 20 cursos gratuitos, nos mais diversos municípios do Estado, que ensinam os interessados a produzir móveis e artesanato de bambu, além de conhecimentos básicos sobre o cultivo da planta, suas características e oportunidades de geração de trabalho e renda.

Existe também o interesse de algumas empresas de grande porte no uso da biomassa de bambu para a geração de energia, o que envolve plantios em larga escala. Santa Catarina já dispõe da tecnologia de produção de mudas de bambu por micropropagação, que foi desenvolvida no Laboratório de Genética Vegetal da UFSC, cuja equipe de pesquisa acumula 25 anos de experiência em técnicas de micropropagação. O objetivo é popularizar o bambu, a exemplo do pinus e do eucalipto, e gerar muitos empregos no campo e também nas cidades.

Todas essas iniciativas e conquistas se devem a atuação da BambuSC, uma organização não governamental, cujo objetivo é o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do bambu em SC e no Brasil. Desde o início ela persegue algumas metas de longo prazo, como tornar SC autossuficiente na produção de matéria-prima, proporcionar treinamentos e realizar projetos-piloto de uso do bambu na recuperação de áreas degradadas, na produção de carvão de bambu e na produção de brotos comestíveis, entre outros.

As atividades da BambuSC se concentram na aquisição e divulgação de tecnologias específicas, nos três segmentos que compõem a cadeia produtiva: produção rural, produção industrial e prestação de serviços. Seus membros promovem cursos, reuniões periódicas e mantêm diversos canais de contato entre si e com o público em geral, como um site próprio e diversos grupos nas redes sociais.

Desde 2008 a BambuSC tem cooperado com a UFSC, no desenvolvimento de pesquisas de bambu nas áreas de engenharia civil, arquitetura, engenharia de materiais, química, agronomia, tecnologia de alimentos e botânica.

Recentemente foram iniciados dois novos pojetos, o “Bambu na Escola” e o “Bambu no Jardim Botânico de Florianópolis”.

A BambuSC tem sido pioneira no ensino de técnicas de cultivo e manejo de bambu, inclusive para povos indígenas e órgãos de governo, bem como na produção de material didático, tendo já lançado dois livros e duas cartilhas.

Em maio de 2023 ela completou 18 anos de fundação e pode contabilizar diversos avanços no período: a formação de centenas de bambuzeiros em seus cursos, busca de novas tecnologias em outras regiões do país e do exterior, participação em projetos de pesquisa via editais e divulgação de conhecimentos através de consultorias, palestras, artigos técnicos, entrevistas, vídeos e outros meios. Vale destacar também, que a BambuSC serviu de exemplo para a formação de grupos de bambuzeiros nos dois estados vizinhos e o seu estatuto foi recentemente adotado pela Associação Brasileira do Bambu.

Hans Kleine

2010

Plantio mudas de bambu na Fazenda Ressacada da UFSC

2011

Curso Plantio e Manejo de Bambu, Fazenda Ressacada, UFSC 

2011

Curso Plantio e Manejo de Bambu, Fumio Honda, UFSC 

2013

Oficina Geodésica, Sitio das Flores

2017

Visita delegação da China ao laboratório de micro propagação

2017

Curso Plantio e Manejo de Bambu, Hans Kline, Santa Rosa de Lima

2019

Evento na Câmara Municipal de Florianópolis – Vereador Marquito

2022

Curso Estruturas de Bambu, mestre Nivaldo, Florianópolis

2022

Viveiro de mudas de bambu no Parque Municipal do Córrego Grande, Florianópolis

2023

Implantação do Bambuzeto no Jardim Botânico de Florianópolis

Parceria Epagri BambuSC para difundir a cultura do Bambu em Santa Catarina

A BambuSC e a Epagri vem cooperando em atividades conjuntas relativas ao tema bambu desde o ano de 2012, quando a Epagri solicitou um curso de treinamento sobre cultivo e manejo do bambu para um grupo de técnicos envolvidos em assistência aos povos indígenas em SC. Depois a Epagri financiou um curso semelhante para a aldeia indígena do município de Imaruí, em 2013 e um módulo de acompanhamento dos resultados na mesma aldeia em 2014.

Esta cooperação passou a ser permanente a partir de 2019, com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre Epagri e BambuSC, inicialmente previsto para uma duração de 12 meses, visando o fornecimento de mudas para o plantio de matrizes de três espécies prioritárias em seis unidades regionais da Epagri, além de cursos de treinamento nas mesmas unidades, envolvendo técnicos da Epagri, lideranças comunitárias e agricultores interessados. Nos anos seguintes a duração do acordo sempre foi prorrogado, com a inclusão também de cursos sobre a fabricação de móveis e artesanato de bambu, visando a geração de trabalho e renda para produtores familiares, além da inclusão de algumas novas unidades regionais.

Desde o início de 2022 estes trabalhos passaram a contar com o respaldo da Lei Estadual 18.341, que instituiu a política de incentivo à cadeia produtiva do bambu em SC, a partir de um projeto de lei do deputado Nilso Berlanda e apoio técnico da BambuSC, que foi aprovado pela Assembleia Legislativa.

Em 2023 a agenda de cursos de bambu conta com 18 eventos em diferentes municípios. Além disso, os centros de treinamento da Epagri, situados em Joinville e Videira, estão instalando estruturas permanentes de máquinas e equipamentos para esses cursos, que têm como foco a produção de móveis, utensílios e artesanatos em bambu.

A Cadeia Produtiva do Bambu

Para os Bambuzeiros iniciantes apresentamos a cartilha que vai introduzir ao mundo do Bambu, nela você vai aprender o básico sobre esta planta maravilhosa e todo o seu potencial produtivo.

Através de uma linguagem simples apresenta ao bambuzeiro iniciante as características básicas da planta, as formas de utilização e  potenciais mercados regionais e globais.

 

  • O lugar do Bambu na natureza
  • Características básicas da planta
  • Bambu e meio ambiente
  • As espécies no Brasil e na América Latina
  • Produtos Primários e seus usos
  • Produção de brotos, colmos e subprodutos
  • Usos do Bambu em sítios e na agricultura
  • Aspectos gerais
  • Construção de estruturas e moradias
  • Móveis, utensílios, brinquedos e brindes
  • Instrumentos musicais
  • Bicicletas, barcos, pranchas de skate e de surf
  • Cestos, balaios, bolsas, tapetes e cortinas
  • Alimentos, bebidas e fármacos
  • Celulose, papel e derivados
  • Energia: cavacos, briquetes e pellets
  • Palitos varetas e espetos
  • Bambu laminado colado
  • Bambu de alta densidade
  • Moveis e material de decoração
  • Aproveitamento de resíduos de Bambu
  • Oferta, demanda, importação e exportação
  • Preços, custos de produção e lucratividade

Cartilha A Cadeia Produtiva do Bambu

Produzido pela BambuSC
R$ 39
90
  • Frete Incluso

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